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OMC está paralisada e tem que ser refundada pelo Brasil, diz chanceler

Ministro Mauro Vieira destaca a crise na OMC e propõe que o Brasil lidere uma reforma na entidade. A paralisia do órgão de solução de controvérsias, afetada por bloqueios dos EUA, agrava a situação do comércio internacional.

A OMC (Organização Mundial do Comércio) enfrenta uma profunda paralisia e requer uma refundação, com o Brasil em destaque, segundo o ministro Mauro Vieira.

Em conferência na Fiesp, Vieira descreveu a OMC como estando em “crise total”, incapaz de resolver controvérsias ou criar novos acordos. Ele apontou que a guerra tarifária retrocedeu as regras de comércio a períodos anteriores a 1947, antes da criação da OMC.

O chanceler criticou os EUA por buscarem "meios de atuação que passam ao largo dos organismos internacionais". Essa afirmação veio após o Brasil acionar os Estados Unidos na OMC devido às tarifas de 50% impostas por Donald Trump sobre produtos brasileiros.

A consulta brasileira depende da aceitação americana e, devido à paralisia da OMC, as chances de eficácia são limitadas. No entanto, é um gesto simbólico importante para a posição do Brasil no sistema multilateral de comércio.

A OMC se encontra em impasse institucional desde 2019, com seu órgão de apelação inoperante devido ao bloqueio americano na nomeação de juízes, gerando um vácuo nas resoluções de disputas.

Trump, em suas políticas protecionistas, alegou que a OMC "prejudica os interesses dos EUA" e questionou sua legitimidade, especialmente no que diz respeito à China.

Vieira reafirmou que negociações sobre a sobretaxa só ocorrerão sem tentativas de interferência no sistema judiciário brasileiro, destacando a resistência a pressões externas e a necessidade de respeito à soberania.

Ele enfatizou que o caminho para soluções satisfatórias é a separação de questões comerciais e políticas. O governo brasileiro segue em diálogo com autoridades dos EUA, buscando esclarecer os fatos e demonstrar disposição para negociar.

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