OMC prevê contração de 1% do comércio global com tarifaço de Trump

Ngozi Okonjo-Iweala, diretora-geral da Organização Mundial do Comércio (OMC), manifestou preocupação em relação ao tarifaço do presidente dos EUA, Donald Trump, anunciado nesta quinta-feira (3).

A estratégia americana, que inclui uma sobretarifa mínima de 10% sobre todos os produtos importados, pode resultar em uma contração de 1% no comércio global, segundo a OMC.

Okonjo-Iweala expressou receio de que isso leve a uma guerra tarifária com medidas retaliatórias, agravando ainda mais a situação do comércio internacional.

Atualmente, 74% do comércio global opera sob as regras da OMC, uma queda em relação a 80%% no início do ano, influenciada pelas políticas de Trump.

Além das tarifas sobre a China (34%), União Europeia (20%) e Brasil (10%), os EUA já haviam imposto taxas sobre aço, alumínio e carros.

Segundo a Reuters, a diretora enviou uma carta aos membros da OMC, alertando sobre uma série de perguntas referentes ao tarifaço e solicitando análises econômicas e estudos de impacto.

Analistas acreditam que as ações de Trump podem desorganizar o comércio internacional e afetar negativamente a economia global.

Embora muitos países demonstrem revolta, alguns, como a União Europeia, decidiram esperar quatro semanas para possíveis negociações. A Suíça e a Noruega também pretendem alinhar suas reações com a UE.

A União Europeia pode usar o setor de serviços americano, onde há um superávit de 110 bilhões de dólares, como alvo de retaliação.

O governo brasileiro está considerando ações para garantir reciprocidade no comércio, incluindo uma queixa contra os EUA na OMC, alegando violação de regras.

A movimentação de Trump representa um desafio adicional para a OMC, que já enfrenta uma crise devido à falta de recursos e obstruções por parte de alguns membros.