Ônibus elétricos aumentam a tensão entre Enel e prefeitura de SP
A prefeitura de São Paulo enfrenta desafios para cumprir a meta de 20% da frota de ônibus elétricos até 2028, devido a entraves na infraestrutura necessária. As diferenças entre a gestão Nunes e a Enel se intensificam, com a expectativa de que as obras nas garagens avancem para permitir a circulação dos veículos adquiridos.
Prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), prometeu que 20% da frota de ônibus será elétrica, mas atualmente apenas 3,19% atende a essa categoria.
A situação causou tensão entre a gestão Nunes e a distribuidora de energia Enel, já que são necessárias obras de infraestrutura nas garagens para viabilizar a operação dos veículos elétricos.
Além disso, a lei municipal 16.802 de 2018 exige que metade da frota de ônibus seja movida a energia limpa até 2028.
A paciência de Nunes é curta, devido a apagões recorrentes e atrasos da Enel no fornecimento de energia. A Enel, por sua vez, afirma que as instalações nas garagens estão em dia e que as operadoras de ônibus não assinaram os contratos necessários.
Atualmente, 80 veículos elétricos da empresa MobiBrasil estão parados enquanto aguardam infraestrutura. A Enel aponta que essas obras foram solicitadas em jul/2024 e o contrato assinado apenas em dez/2024.
As empresas de ônibus precisam adaptar suas infraestruturas antes de assinar com a Enel, o que requer planejamento para evitar comprometer a rede elétrica local.
Atualmente, a Enel possui contratos com operadoras para 30 garagens; 16 obras já foram concluídas e 14 estão em execução, com previsão de entrega em 2025.
A SPTrans e as operadoras têm se reunido semanalmente para abordar as instalações. A Enel expressou surpresa com a insatisfação da prefeitura, dada sua participação nos encontros e no conhecimento dos atrasos nas assinaturas.
A reportagem também buscou informações das grandes operadoras de ônibus, mas não obteve retorno até o momento da publicação.