ONU diz que mais de 11 mil crianças foram mutiladas ou mortas em conflitos armados
Violência contra crianças em conflitos armados cresce assustadoramente, com mais de 11 mil vítimas registradas em 2024. O relatório da ONU destaca a atuação de forças governamentais e grupos armados não estatais como principais responsáveis pelas violações.
A violência contra crianças em conflitos armados atingiu níveis recordes em 2024, com um aumento de 25% nas violações graves em comparação a 2023, segundo relatório da ONU, divulgado pelo secretário-geral António Guterres.
Em 2024, foram registrados:
- 4.676 assassinatos
- 7.291 mutilações
- 11.967 crianças vítimas no total
- 7.906 incidentes de negação de acesso humanitário
- 7.402 casos de recrutamento e uso de crianças
- 4.573 sequestros
O relatório destaca que crianças foram mortas e mutiladas devido ao uso de munições explosivas e fogo cruzado. Além disso, os ataques a instalações civis, como escolas e hospitais, aumentaram a vulnerabilidade das crianças.
Grupos armados não estatais são responsáveis por quase 50% das violações, mas as forças governamentais perpetraram a maioria das mortes e mutilações. Os maiores números de violações graves ocorreram em:
- Território Palestino Ocupado: 8.554
- República Democrática do Congo: 4.043
- Somália: 2.568
- Nigéria: 2.436
- Haiti: 2.269
Os maiores aumentos percentuais de violações foram reportados em:
- Líbano: 545%
- Moçambique: 525%
- Haiti: 490%
- Etiópia: 235%
- Ucrânia: 105%
O número de casos de violência sexual cresceu 35%, incluindo um aumento dramático de estupros coletivos, indicando o uso sistêmico da violência sexual como tática de guerra. Meninas foram sequestradas para recrutamento e escravidão sexual.
A negação de acesso humanitário é alarmante, com mais trabalhadores humanitários mortos em 2024 do que em qualquer outro ano. O relatório informa que as partes em conflito atacaram pessoal de ajuda, restringiram atividades e interviram nas operações humanitárias, deixando crianças sem acesso a cuidados básicos.