Opep+ antecipa novo salto na oferta de petróleo em agosto, quarto aumento consecutivo
O Opep+ eleva produção em agosto em resposta à demanda do verão, superando expectativas de mercado. A estratégia visa recuperar participação no mercado, mas levanta preocupações sobre um possível excesso de oferta ao final do ano.
A Opep+ anunciou um aumento na produção de 548 mil barris por dia para agosto, superando as expectativas do mercado.
Durante uma reunião virtual no último sábado, oito membros-chave da aliança concordaram com o novo aumento em resposta à demanda aquecida do verão no hemisfério norte.
O grupo já havia programado aumentos de 411 mil barris por dia para maio, junho e julho, surpreendendo operadores e levantando dúvidas sobre sua estratégia.
A Opep+ busca devolver capacidade interrompida a um mercado que, segundo previsões, enfrentará um excesso de oferta até o final do ano.
Os contratos futuros do Brent caíram 8,5% em 2025, pressionados por esse aumento e pela incerteza de demanda devido à guerra comercial dos EUA.
A produção dos EUA aumentou, com refinarias processando o máximo desde 2019, especialmente de diesel, o que pode influenciar a decisão da Opep+.
Delegados mencionaram razões para o aumento, como atender à demanda máxima e punir membros que superaram suas cotas. A Arábia Saudita está ansiosa por reativar a capacidade ociosa rapidamente.
O aumento coloca a Opep+ em um ritmo que pode levar à devolução de 2,2 milhões de barris por dia até setembro, um ano antes do planejado.
Harry Tchilinguirian, do Onyx Capital Group, afirmou que a Opep+ deve mudar de uma estratégia de defesa de preços para uma de participação de mercado.
Embora o aumento seja significativo, a produção pode ser menor do que o planejado, devido a algumas limitações de membros, como o Cazaquistão.
A Arábia Saudita precisa equilibrar volumes de vendas e a queda nos preços do petróleo, já enfrentando um déficit orçamentário crescente.
A Rússia, co-líder da Opep+, também enfrenta dificuldades econômicas, com potenciais crises devido à guerra na Ucrânia.
Os preços do petróleo já caíram devido ao crescimento dos estoques globais e expectativa de excedente substancial até o final do ano, com análises indicando uma média abaixo de US$ 60 por barril.