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OPINIÃO. A “Regra de Powell” e as escolhas do Fed

As novas políticas tarifárias nos EUA estão criando incertezas econômicas significativas, desafiando a abordagem tradicional da política monetária. O Federal Reserve enfrenta a complexa tarefa de equilibrar a reação à inflação com o crescimento econômico sob a liderança de Jerome Powell.

Impactos das Políticas Tarifárias dos EUA

As novas políticas tarifárias nos Estados Unidos estão alterando significativamente as perspectivas econômicas.

impactos diretos, com consequências macroeconômicas, e indiretos, resultantes do aumento da incerteza.

O mercado já precifica riscos negativos para o crescimento dos EUA e do mundo, afetando a inflação. Isso coloca o Federal Reserve (Fed) diante de uma escolha difícil: antecipar os riscos ao crescimento ou não, em um contexto de inflação com poucos sinais de progresso.

A decisão do Fed depende de como o comitê pondera as duas partes de seu mandato (inflação e atividade). Um ponto de partida é a Regra de Taylor, que relaciona a taxa de juros da política monetária a fundamentos econômicos.

  • A regra sugere que o juro deve subir mais do que o hiato da inflação.
  • Existem variações da Regra de Taylor, que podem ser adaptadas a regimes de metas de inflação.

Desde 1979, observou-se a adesão ao Princípio de Taylor entre os presidentes do Fed, com exceção de Paul Volcker, que ignorou o desemprego na luta contra a inflação.

No entanto, sob Jerome Powell, a sensibilidade à inflação está em seu nível mais baixo. O Fed reagiu menos à inflação pós-pandemia do que o Princípio de Taylor sugeriria. O pico do hiato de inflação em 2022 justificaria juros em 5,25%, mas a prática foi de 5,5%.

A política sob Powell é reativa à economia real, mas menos à inflação, o que pode sinalizar uma futura ativação do Fed put.

A Regra de Powell desafia a sabedoria convencional sobre o ciclo econômico, violando o Princípio de Taylor, mas possibilitando um pouso suave pós-pandemia.

Os investidores devem focar em qual efeito será mais relevante: crescimento ou inflação? Powell demonstra maior tolerância a desvios na inflação e menor tolerância à desaceleração econômica.

Conclusão: Para proteger-se contra uma potencial crise, é prudente posicionar-se para juros mais baixos nos EUA.

Benjamin Mandel é co-fundador da Jubarte Capital e ex-economista do Fed.

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