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Opinião | Câmara diz sim ao golpe, contrata guerra com o STF e corre risco de se desmoralizar

Câmara dos Deputados sustenta ação penal contra Bolsonaro, mas efeitos jurídicos são limitados e tensão com o STF deve aumentar. Aliados de Bolsonaro aproveitam manobra constitucional para fortalecer sua posição política, enquanto o governo Lula enfrenta desafios de controle sobre as bancadas.

Manobra na Câmara sustenta golpe de Estado

Na noite desta quarta-feira, a Câmara dos Deputados aprovou, com apoio do Centrão e aliados de Jair Bolsonaro, uma manobra que susta a ação penal contra o ex-presidente e 33 acusados de tramarem uma ruptura da democracia entre 2022 e 2023.

A sustentação aproveitou um artigo da Constituição, permitindo que processos contra o deputado Alexandre Ramagem (PL-RJ) sejam suspensos.

Apesar da votação, o Supremo Tribunal Federal já havia esclarecido que a decisão é limitada a Ramagem e só se aplica a crimes pós-diplomação. Assim, Bolsonaro permanece como réu.

Consequências políticas incluem:

  • Guerra Institucional: A decisão poderá resultar em confronto entre o Legislativo e o STF, forçando a Corte a desconsiderar a deliberação da Câmara.
  • Asilo para Bolsonaro: Em caso de condenação, o ex-presidente poderá alegar que a ação é inválida, buscando asilo com o argumento de que o STF ignora a posição da Câmara.
  • Abertura de Manobras: Essa ação pode permitir que outras investigações contra parlamentares sejam paralisadas, favorecendo políticos envolvidos em suspeitas sobre o uso de verbas do orçamento secreto.

Além disso, a manobra evidencia a fragilidade do governo Lula, sem controle sobre as bancadas que, paradoxalmente, apoiam quem tentaram barrar sua posse.

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