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Opinião | Caso INSS: Perdido, só falta ao governo Lula colocar a culpa em Pedro Álvares Cabral

A estratégia de atribuir responsabilidades a antecessores na política brasileira enfrenta desafios maiores na era digital. Com a ascensão das redes sociais, o debate público se tornou mais intenso e crítico, dificultando a eficácia dessa tática.

Responsabilidade política e escândalos no Brasil

Atribuir a culpa ao antecessor é uma estratégia comum na política brasileira, utilizada especialmente pelo Partido dos Trabalhadores (PT). O discurso é que o governo atual apenas tenta remediar problemas herdados, mesmo quando crimes continuam a ocorrer durante sua gestão.

Recentemente, no escândalo do INSS, o debate gira em torno de quem causou o furto de aposentadorias. Bolsonaro é acusado de abrir as portas para isso, enquanto o PT aponta Lula e seu ex-ministro Carlos Lupi como responsáveis. Este embate inclui vídeos editados para enfraquecer a culpa do atual governo.

Historicamente, o PT também usou a tática de colocar rótulos de "herança maldita" ao governo de Fernando Henrique Cardoso, aproveitando escândalos passados para se isentar de responsabilidades. Contudo, desde que assumiu o poder pela primeira vez em 2003, a situação evoluiu e o partido perdeu a vantagem no debate público.

Hoje, com as redes sociais, a crítica e a resposta em tempo real se tornaram comuns. A oposição, particularmente a militância antipetista, está mais ativa e capaz de contestar as narrativas do PT.

O controle das redes sociais por parte do PT é uma tentativa de mitigar essa nova dinâmica. A situação atual torna difícil jogar a culpa para o antecessor, pois a sociedade pode agora argumentar com dados e respostas rápidas.

A repetição de que "a culpa é de" diversos personagens históricos do Brasil tornou-se infrutífera. O cenário atual exige que os partidos assumam suas responsabilidades mais diretamente, diante da pressão e transparência proporcionadas pela internet.

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