Opinião | China pode ampliar reação ao tarifaço de Trump
China enfrenta desafios econômicos devido à guerra comercial com os EUA, evidenciando queda na confiança industrial. Banco central implementa cortes de juros para aliviar a situação, mas especialistas alertam que transição para um modelo de consumo interno ainda é difícil.
A China enfrenta os efeitos da guerra comercial com os Estados Unidos, com dados de confiança indicando uma fraqueza na indústria e serviços.
Ontem, o Banco Central Chinês anunciou reduções de juros:
- 0,5 pp na taxa de depósitos compulsórios, liberando 1 trilhão de renmimbis (US$ 138 bilhões) em liquidez;
- Reduções de 0,1 a 0,25 em taxas de empréstimos, refinanciamento e crédito imobiliário.
O economista Livio Ribeiro aponta que a China se preparou para a guerra comercial e está tomando medidas para sustentar os setores mais afetados.
Além das medidas divulgadas, há discussões sobre um programa de sustentação de empregos, semelhante ao Programa Emergencial de Manutenção do Emprego e da Renda do Brasil.
Ribeiro destaca que as políticas adotadas visam a saúde financeira das empresas, e não o estímulo à demanda. O medo dos consumidores é um fator crucial.
A poupança precaucional dos chineses, realizada como seguro contra futuros problemas, aumenta nesse cenário instável.
O principal desafio da economia chinesa é a transição para um modelo mais ligado ao consumo doméstico, conforme a intenção do governo.
Um ponto positivo é que China e Estados Unidos iniciarão, em Genebra, uma nova rodada de negociações comerciais, pois o ambiente atual é insustentável.
Ribeiro acredita ser difícil prever a duração desse processo, já que ambos os lados buscam uma "vitória" política.