Opinião | Equilibrado, técnico e com fama de realizador, Tarcísio é a antítese de Bolsonaro no bolsonarismo
Tarcísio de Freitas se destaca como figura técnica e realizadora em meio ao personalismo político, conseguindo atração de eleitores que rejeitam a política tradicional. Seu apoio a Jair Bolsonaro e a condução do governo de São Paulo evidenciam uma nova dinâmica na direita brasileira.
O processo político atual está se tornando cada vez mais personalista, onde características pessoais são cruciais para o sucesso eleitoral. Em um cenário onde 2 milhões de votos foram decisivos na última eleição nacional, o apoio de líderes influencia diretamente as candidaturas.
Tarcísio de Freitas, governador de São Paulo, conseguiu ascender ao cargo com o apadrinhamento de Jair Bolsonaro, mesmo sem forte ligação com o Estado que governa. Sua vitória foi emblemática ao quebrar a hegemonia de 28 anos do PSDB. Ele e Bolsonaro obtiveram 55% dos votos no segundo turno, mas Tarcísio teve um crescimento significativo de 13 pontos em relação ao primeiro turno.
A imagem de Tarcísio é muitas vezes associada ao termo “técnico”, o que o diferencia de políticos tradicionais, reforçando uma percepção de neutralidade e foco em resultados. Essa abordagem contrasta com a figura mais espetacular de Bolsonaro.
A gestão de Tarcísio como secretário no governo Bolsonaro lhe conferiu uma imagem de realizador, ganhando a apreciação do eleitorado paulista, mesmo com insatisfações em áreas como segurança pública. Ele é considerado o candidato à presidência com a menor rejeição em pesquisas, tendo uma relação republicana com Lula.
Tarcísio, embora visto por alguns como um candidato do sistema, obteve sucesso ao apoiar candidatos em São Paulo. A situação política atual é incerta, especialmente considerando o futuro de Bolsonaro e sua família, o que gera um ambiente de expectativa para o próximo ano.
Embora Tarcísio se apresente como uma solução à divisão política, há receios sobre o futuro do bolsonarismo e a possibilidade de um novo modelo de direita emergir, referenciado como “tarcisismo”. Essa transição política gera tensão e incertezas dentro do grupo liderado por Bolsonaro.