Opinião | Este governo de Israel não é aliado dos EUA - e Donald Trump precisa entender isso
Presidente Trump é alertado sobre as consequências das ações do governo Netanyahu, que ameaça a segurança dos EUA e a estabilidade da região. A carta enfatiza a necessidade de reconsiderar alianças e estratégias no Oriente Médio em meio a um cenário de crescente violência e instabilidade.
Caro presidente Trump,
O senhor tem poucos pontos de acordo desde que assumiu o cargo, exceto no que diz respeito ao Oriente Médio. Sua próxima visita à região e a decisão de não se encontrar com o primeiro-ministro israelense Binyamin Netanyahu indicam que o senhor reconhece que o governo israelense atual ameaça os interesses dos EUA.
Netanyahu, buscando sua própria agenda, não prioriza a paz. Ao contrário, sua administração está focada em anexar a Cisjordânia e expulsar palestinos, o que mina a arquitetura de segurança dos EUA na região. A aliança firmada por Nixon e Kissinger após a Guerra do Yom Kippur é crucial e demandava um compromisso com a solução de dois Estados.
O governo Biden tentou persuadir Netanyahu a negociar uma solução que facilitasse a normalização das relações com a Arábia Saudita, mas Netanyahu recusou. Suas prioridades pessoais, ligadas a acusações de corrupção, o levaram a colocar interesses pessoais acima dos de Israel e dos EUA.
A situação se agrava com a alegada intenção de Netanyahu de intensificar operações em Gaza, resultando em mais violência e potenciais acusações de crimes de guerra. A estratégia de ocupação militar pode gerar uma insurgência permanente, empurrando a população palestina para fora de suas terras.
As consequências dessa abordagem podem também desestabilizar países vizinhos, como a Jordânia e o Egito, além de afetar a segurança da aliança EUA-Arábia-Israel contra ameaças como o Irã e China.
O senhor possui intuições para o Oriente Médio. É essencial continuar a seguir essas intuições. Do contrário, seus netos poderão viver em um Estado judaico isolado e hostil. E, conforme a realidade atual se impõe, não devemos ignorar a tragédia que o conflito já vem causando.
Precisamos urgentemente de mudanças: Parem a guerra.