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Opinião | EUA, Israel e Irã: perspectivas para um novo acordo nuclear

Negociações entre EUA e Irã enfrentam desafios significativos enquanto Israel busca uma abordagem mais agressiva. O tempo se esgota para uma solução diplomática, aumentando o risco de um confronto militar na região.

Estados Unidos e Irã concluíram a terceira rodada de negociações sobre o programa nuclear iraniano.

O objetivo é impedir que o Irã obtenha uma arma atômica, um consenso entre os governos americanos e israelenses. Porém, as abordagens divergem: negociação ou confronto direto.

Após a assinatura do JCPOA em 2015, o primeiro-ministro israelense, Binyamin Netanyahu, manifestou ceticismo quanto à diplomacia. Para Israel, qualquer compromisso que mantenha o regime iraniano próximo de uma capacidade nuclear é inaceitável, minando as chances de uma solução diplomática.

Historicamente, Irã e EUA foram aliados, mas a Revolução Islâmica de 1979 gerou um clima de hostilidade. Um novo diálogo começou em 2013, mas a saída dos EUA do JCPOA em 2018 por Donald Trump acelerou o desenvolvimento nuclear iraniano.

Atualmente, o Irã aumentou seu estoque de urânio enriquecido e reduziu a fiscalização internacional. Embora a intenção de criar uma bomba atômica seja incerta, o país nunca esteve tão próximo dessa capacidade.

Trump, em seu segundo mandato, busca renegociar sob pressão, enquanto Israel ameaça ação militar. O prazos curtos para um novo acordo trazem incertezas sobre os objetivos dos EUA.

O Irã está disposto a discutir acordos com verificação rigorosa, mas rejeita o desmantelamento total de seu programa nuclear. O líder supremo, Ali Khamenei, autorizou novas negociações diante da crise econômica.

Netanyahu defende a “solução Líbia”, que significou o desmantelamento do programa nuclear líbio, visto como inaceitável por Teerã. As tensões regionais e a fragilidade do regime iraniano são observadas por Israel como oportunidades.

Os EUA, cautelosos após guerras no Iraque e Afeganistão, temem o uso militar, sabendo que isso pode levar a conflitos prolongados. Além disso, um ataque ao Irã poderia gerar um confronto em larga escala dada a influência da China e da Rússia na região.

O tempo para uma solução política está se esgotando. Se as negociações falharem, o risco de guerra aumenta, potencializando o programa nuclear iraniano. Mesmo que um acordo seja alcançado, permanecerá a dúvida: Netanyahu aceitará um compromisso? A estabilidade no Oriente Médio depende da disposição israelense em aceitar um acordo que Netanyahu tradicionalmente considera insuficiente.

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