OPINIÃO. Menos El Salvador, mais Chile: o bom combate ao crime organizado
Estratégias de combate ao crime organizado são debatidas na América Latina, com ênfase nas abordagens de El Salvador e Chile. Enquanto um opta pelo aumento de prisões, o outro aposta em inteligência e articulação interinstitucional para desmantelar redes criminosas.
Combate ao Crime Organizado no Brasil
O crime organizado é amplamente reconhecido como um grande mal a ser combatido pelo Estado.
Duas abordagens:
- Propostas populistas: Aumento de penas, limitações a progressões de regime e um foco na quantidade de presos.
- Abordagens sérias: Estudo de movimentos criminosos e identificação de líderes e estrutura financeira.
Cenários internacionais:
- El Salvador: O presidente Bukele adotou medidas drásticas, prendendo mais de 80 mil pessoas e restringindo direitos, mas isso levantou questionamentos sobre a democracia.
- Chile: O país focou na inteligência, levando à condenação de líderes da máfia Tren de Aragua, demonstrando resultados positivos através de operações e bloqueio de bens ilícitos.
O Ministério Público chileno organizou suas equipes e criou ferramentas eficazes, como a Unidade Especializada em Crime Organizado e Drogas.
Conclusão: A opção pela inteligência mostra-se mais eficiente que prisões em larga escala, que muitas vezes apenas temporizam o problema. O Brasil deve decidir seu caminho no combate ao crime, considerando a experiência chilena.
Pierpaolo Bottini é advogado e professor de direito penal da USP. João Paulo de Moura Gonet Branco é advogado.
Leia mais em
braziljournal