Opinião | Mudanças no Mercosul mostram a disposição do Brasil em negociar tarifas com os EUA
Brasil e Argentina ampliam lista de exceções do Mercosul em meio à guerra comercial com os EUA. A iniciativa busca fortalecer negociações estratégicas com os americanos e atrair investimentos.
A guerra comercial resultou em uma concessão do Brasil às pressões argentinas para **ampliar a lista de exceções do Mercosul**.
Durante reunião de chanceleres em Buenos Aires, os países membros decidiram elevar de 100 para **150 códigos de produtos** com alíquotas distintas da Tarifa Externa Comum (TEC).
Esse aumento de **50%** é significativo, pois abrange produtos estratégicos.
Após a alíquota adicional de **10%** imposta por Trump, os EUA estão equiparados ao Mercosul, cuja tarifa média é de **11,8%**.
A ampliação da lista permitirá a **negociação** entre Brasil, Argentina e os EUA.
Apesar das diferenças com Trump, o governo Lula lidera as **negociações** com os EUA, com o vice-presidente Geraldo Alckmin à frente.
Alckmin já se reuniu diversas vezes com o representante de Comércio e o secretário de Comércio americano, ambos reconhecendo seu **papel forte e pragmático** na negociação.
A atmosfera das negociações é descrita como amigável e focada, embora Trump tenha suspendido tarifas recíprocas.
Washington considera que o Brasil está em **diálogo produtivo** e não vê necessidade de negociações diretas entre Trump e Lula.
Embora Javier Milei seja próximo de Trump, o Brasil continua a ser visto como a **única potência da América Latina**.
Recentemente, cerca de **90 empresas** americanas participaram da feira Trade Winds em São Paulo, anunciando investimentos em várias áreas, como **agricultura, maquinário e entretenimento**.
Uma delegação brasileira estará presente na feira **Select USA**, em Washington, com planos de expansão, refletindo a expectativa de que as questões tarifárias sejam resolvidas em três meses.