Opinião | O ‘globalismo’ está realmente acabando com a Europa?
A defesa da Rússia por setores da direita populista na Europa ignora dados que comprovam a segurança e a prosperidade do bloco europeu. Este discurso distorcido, que associa o “globalismo” à queda da soberania nacional, carece de fundamentos e se opõe à realidade dos fatos.
A direita populista tem defendido a Rússia de Vladimir Putin nas redes sociais, acusando a Europa de ser governada por “globalistas”.
Para esse grupo, o “globalismo” ameaça identidades nacionais e provoca caos, destacando a União Europeia como exemplo de organização globalista.
A União Europeia, formada em 1992, compreende 27 países e é considerada o continente mais rico e seguro
Em 2022, a UE registrou 3.862 homicídios, enquanto os Estados Unidos contabilizaram 19.252. A taxa de homicídios na UE é de 0,8 por 100 mil habitantes, comparada a 5,7 nos EUA.
Os críticos alegam que a imigração é um problema, mas 5,3% da população da UE é imigrante, enquanto nos EUA esse número é 13,9%.
A Europa enfrenta preocupações com terrorismo. Em 2023, 5 ataques foram realizados por grupos jihadistas, em contraste com 604 tiroteios em massa nos EUA.
Sobre liberdade de expressão, a Europa é considerada a mais livre do mundo, com 17 dos 20 países mais livres localizados lá.
Contrário à crença de que a UE é socialista, a direita domina o Parlamento Europeu, com 380 dos 720 membros pertencendo a partidos de direita e centro-direita.
A saída do Reino Unido da UE (Brexit) teve impacto negativo na economia britânica. Pesquisa de 2023 aponta que 2/3 dos britânicos acreditam que o Brexit piorou a economia.
Por outro lado, países que se juntaram à UE em 2004 tiveram aumento de salários e PIB per capita, e a adesão melhorou a qualidade de vida e educação.
Com 80 anos de paz, a União Europeia é um modelo de integração que trouxe estabilidade, merecendo o Nobel da Paz em 2012.
O discurso de apocalipse e pobreza vinculado ao socialismo europeu é uma invenção de desinformação, beneficiando apenas a Rússia.