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Opinião | O mundo perde a fibra da liderança política de Mujica

Pepe Mujica, ex-presidente do Uruguai, deixa um legado de humanismo e simplicidade, marcado pela luta por justiça social e diálogo político. Sua trajetória, que inclui quase treze anos de prisão e sua abordagem única à política, o tornou uma figura admirada mundialmente.

Pepe Mujica, ex-presidente do Uruguai, faleceu uma semana antes de completar 90 anos. Conhecido por sua vida centrada em princípios, se tornou uma figura admirada globalmente.

Nascido em 20 de maio de 1935, Mujica cresceu em uma família rural e fez carreira política como Ministro da Agricultura. Sua trajetória política começou na juventude com o Partido Nacional, mas em 1962 fundou a União Popular, ligação ao Partido Socialista.

Nos anos 60, o Uruguai enfrentava uma crise política e econômica, levando à fundação do Movimento Tupamaro, do qual Mujica se tornou guerrilheiro. Ele foi preso várias vezes e passou quase 13 anos em isolamento, com a saúde mental prejudicada.

Após a democratização, fundou o Movimento de Participação Popular e foi eleito presidente em 2010. Mujica escolheu Danilo Astori como vice, promovendo um governo inclusivo e focado na democracia.

Na política externa, ele buscou unir a América Latina e resolver conflitos com vizinhos. Durante sua presidência, atuou em favor dos direitos sociais, regulamentou o aborto, legalizou o uso de cannabis e apoiou o casamento entre pessoas do mesmo sexo.

Seu discurso na ONU em 2013 gerou repercussão mundial, destacando sua visão crítica sobre o consumismo e a necessidade de solidariedade global.

Mujica, famoso pela simplicidade material, doava seu salário e se deslocava em um fusquinha azul, simbolizando sua filosofia de vida. Ao encarar a morte com naturalidade, disse: “A morte é, talvez, o que dá valor à vida.”

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