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Opinião | O núcleo do problema: inflação deverá ‘estourar’ teto da meta até meados do ano que vem

Inflação em fevereiro atinge 1,31%, o pior resultado em 22 anos, com pressões persistentes além de fatores temporais. Expectativas altas e superaquecimento econômico apontam para desafios maiores no controle dos preços até o próximo ano.

Inflação de fevereiro atingiu 1,31%, o maior valor para o mês em 22 anos, superando 5% em 12 meses.

A piora é, em parte, um “rebote” do bônus de Itaipu, mas as causas vão além de interferências pontuais do governo.

É importante analisar a inflação com medidas "núcleos", que capturam variações persistentes de preços. A média dos núcleos mostra que, “limpando” fatores pontuais, a inflação nos últimos 12 meses ultrapassa 4,5%.

Recentemente, em 3 meses, a inflação chega a 5,5%% ao ano, enquanto no segundo trimestre do ano passado estava pouco acima da meta.

O aumento da inflação é atribuído a dois fatores principais:

  • Superaquecimento da economia: Havia 9% de aumento nos salários, mas apenas 0,5% na produtividade. Isso resulta em maior custo do trabalho e preços elevados.
  • Elevação das expectativas de inflação: Intensifica a pressão da demanda aquecida.

Esse cenário exige uma desaceleração econômica, conforme indicado pelo Banco Central. No entanto, o governo, visando as eleições, sugere novas medidas de estímulo.

Como resultado, a inflação poderá ultrapassar o teto da meta até meados do ano que vem. O economista Galípolo deve se preparar para explicar como corrigir essa situação.

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