OPINIÃO. Por que o Brasil precisa abrir sua economia
A insuficiente integração comercial do Brasil tem limitado seu crescimento e produtividade ao longo das últimas décadas. Um novo livro propõe a reavaliação dessa política para impulsionar oportunidades de desenvolvimento e inserção no mercado global.
A economia brasileira está em uma encruzilhada, enfrentando décadas de baixo crescimento. Entre 1950 e 1980, o PIB cresceu 7,5%, mas despencou para 2,5% entre 1981 e 2022.
Diversos fatores explicam esse desempenho, abordados na obra Integração Comercial da Economia Brasileira, do Centro de Debate de Políticas Públicas (CDPP).
O fator crucial para o crescimento a longo prazo é a produtividade, essencial para melhorar condições de vida, mas que tem crescido de forma insignificante no Brasil.
O CDPP analisa o papel do comércio exterior na produtividade. Após a liberalização nos anos 1990, o Brasil reverteu para políticas protecionistas, o que impactou negativamente sua produtividade:
- A economia brasileira é uma das mais fechadas do mundo.
- Empresas focam apenas 1,5% do PIB mundial, ignorando 98,5%.
O Brasil há muito perdeu oportunidades de se beneficiar da expansão do comércio.
As transformações tecnológicas e climáticas tornam a abertura comercial fundamental. O país se destaca na descarbonização, especialmente com suas vantagens em energia limpa.
O Brasil possui ativos relevantes, como:
- Mercado e ecossistema de negócios.
- Sofisticação empresarial.
- Poder científico e tecnológico.
Para aproveitar essas oportunidades, o Brasil necessita de reformas que:
- Reduzam os custos ao comércio internacional.
- Simplifiquem o ambiente regulatório.
Com as medidas certas, o país pode se integrar às cadeias globais e se tornar um líder na economia verde.
O manejo cuidadoso das propostas do livro pode redefinir as aspirações do Brasil no cenário internacional e contribuir para uma nação mais próspera e justa.
Artigo adaptado de Daniel L. Gleizer, PhD em Economia e sócio do CDPP.