Opinião | PSDB está se dissipando porque partido não é museu, mas deixa vácuo
Alckmin destaca a importância da história do PSDB, que enfrenta um iminente desmantelamento ao se fundir com o Podemos. A dissolução da sigla representa a perda de uma identidade política significativa e a possibilidade de um novo partido mais próximo do Centrão.
Vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) defende a continuidade de partidos históricos como o PSDB, do qual foi governador de São Paulo. Essa análise foi feita pelo ex-senador José Aníbal em uma reportagem do Estadão, revelando um sentimento de melancolia com o iminente desaparecimento da sigla, que se fundirá com o Podemos.
O PSDB foi responsável por diversas conquistas, como a estabilização da moeda, a criação do SUS e a universalização do ensino fundamental. Entretanto, sua influência política tem diminuído nos últimos anos.
A primeira "morte" do PSDB ocorreu após a derrota para Dilma Rousseff. Diversos membros flertaram com o bolsonarismo, abandonando o histórico de oposição ao populismo. O desempenho eleitoral do partido caiu, culminando em uma disputa interna infrutífera em 2022.
A segunda "morte" ocorrerá com a fusão com o Podemos, levando à criação de um novo partido que tende a se comportar como um Centrão. Isso poderá abrir espaço para uma nova legenda de centro-direita com propostas coerentes.
A situação do PSDB se assemelha à do Partido Liberal no Reino Unido, que, após divisões internas e perda de identidade, uniu-se a outra sigla na década de 80, tornando-se um coadjuvante na política britânica.
Por fim, a mensagem é clara: quando um partido perde sua identidade e não representa mais as aspirações de sua sociedade, não há razão para sua continuidade. Partido não é museu.