Opinião | Redução de impostos não resolve a inflação de alimentos
A alta dos preços dos alimentos no Brasil é impulsionada por quebras de safras e desvalorização da moeda, impactando principalmente as classes de menor renda. Medidas do governo, como a redução de tributos, têm mostrado pouca eficácia em trazer alívio ao consumidor.
IBGE revela alta nos preços da alimentação: Entre outubro de 2024 e fevereiro de 2025, os preços subiram 6,2%, com taxa anualizada de 15,53%.
Impacto social: A elevação afetou principalmente as classes de menor renda, gerando desgaste na avaliação do governo.
Elasticidade-preço: Alimentos são itens de baixa elasticidade; isso significa que a demanda varia menos que proporcionalmente ao aumento de preços.
Substituição de produtos: Famílias tentam substituir itens caros, mas isso pressiona os preços de outros alimentos.
Causas das altas: Quebras de safras devido a problemas meteorológicos e depreciação cambial de quase 20% no último ano.
Exemplicando: O café (robusta) teve alta superior a 60% nas cotações internacionais. Ovos subiram 16,2% devido a gripe aviária nos EUA e aumento do custo das rações.
Oferta determina preços: Variações são majoritariamente influenciadas pela oferta; redução de tributos é considerada ineficaz para conter os aumentos.
Pesquisa da FGV Direito de SP: Estudo mostra que quedas de alíquotas de impostos não se traduzem diretamente em redução de preços para o consumidor.
Dados de pesquisa: Apenas 13% das reduções de alíquotas beneficiaram o consumidor no Brasil, entre 1994 e 2021.
Medidas contraproducentes: Propostas como tributar exportações de alimentos e intermináveis reuniões ministeriais não geram resultados e afetam a credibilidade do governo.