Oposição pressiona por CPI do INSS na Câmara, e governistas ameaçam mirar em gestão Bolsonaro
Oposição busca apoio para instalação de CPI que investigará fraudes em aposentadorias do INSS, enquanto governistas defendem que as investigações continuem sem politização. A pressão sobre o presidente da Câmara aumenta à medida que provas de desvios bilionários se tornam públicas.
Oposição pretende instalar uma CPI na Câmara dos Deputados para investigar descontos não autorizados em aposentadorias e pensões do INSS.
O protocolo do requerimento para a criação de uma CPMI foi adiado por duas semanas, com debate previsto apenas para 15 de maio.
Deputados acreditam que o presidente da Câmara, Hugo Motta, está mais aberto à investigação do que o presidente do Senado, Davi Alcolumbre, considerado próximo ao governo Lula.
Alcolumbre, além de estar em viagem internacional com Lula, já manifestou resistência à instalação da CPI, alegando que a investigação desviaria o foco do Congresso.
Motta indicou que a CPI poderia ser criada se a oposição desistisse de algumas investigações em andamento, já que o regimento permite apenas cinco comissões do tipo por vez.
As fraudes no INSS podem ter somado até R$ 6,3 bilhões em seis anos, através de adesões não autorizadas e falsificação de assinaturas.
A oposição pretende usar a investigação para desgastar a imagem do governo, com forte repercussão nas redes sociais.
Por outro lado, petistas argumentam que os 'descontos indevidos' começaram em 2019, durante o governo Bolsonaro.
A possibilidade de desvio do foco da CPI está em discussão pela oposição, que se preocupa com a influência do governo na investigação.
Líderes de partidos como o PDT e o PSB defendem que as investigações já em curso devem ser priorizadas e que o foco deve ser o ressarcimento aos aposentados.