Orbán vê maior ameaça a seu governo em 15 anos de poder
A manifestação em apoio à comunidade LGBTQIA+ se tornou um ponto de convergência para a oposição, que busca desafiar a gestão de Orbán. Com o partido Tisza em ascensão nas pesquisas, o cenário político na Hungria se torna cada vez mais incerto à medida que as eleições se aproximam.
Viktor Orbán, primeiro-ministro da Hungria, enfrenta sua maior ameaça desde 2010, após uma parada do orgulho LGBTQIA+ se transformar em um grande protesto contra seu governo, com mais de 100 mil pessoas nas ruas.
Orbán, em seu 4º mandato, nunca teve risco real de perder poder. Contudo, uma oposição revitalizada, liderada pelo partido Tisza e seu presidente Péter Magyar, ex-correlacionário de seu partido, apresenta uma nova ameaça.
As próximas eleições parlamentares estão agendadas para abril de 2026. O Fidesz, partido de Orbán, tem 135 das 199 cadeiras do Parlamento, mantendo a maioria desde 2010.
Após a formação da coligação Unidos pela Hungria em 2020, a oposição atingiu 36% dos votos em 2022, mas não conseguiu vencer. A coligação se desfez logo depois.
O Tisza, fundado em 2020, ganhou visibilidade com Magyar, 44 anos, um crítico do governo Orbán que organizou protestos em Budapeste após o escândalo de Katalin Novák, resultando em sua renúncia.
O Tisza participou das eleições europeias de 2024, obtendo 30% dos votos. Recentemente, as pesquisas indicam uma forte ascensão do partido, com 32% das intenções de voto em comparação a 25% do Fidesz.
A margem de vantagem é ainda maior entre eleitores confirmados, com 52% para o Tisza contra 34% para o Fidesz. A pesquisa foi feita online com 1.000 pessoas.
O cenário atual apresenta um risco consideravelmente maior à hegemonia de Orbán do que em 2022. O premier sempre confirmou favoritismo nas últimas eleições, mas a nova oposição pode mudar essa dinâmica nas próximas votações.