Orbán vê maior ameaça a seu governo em 15 anos de poder
Manifestações contra o governo Orbán sinalizam um aumento da oposição política na Hungria. O partido Tisza, liderado por Péter Magyar, ganha apoio e pode ameaçar a longeva administração do primeiro-ministro nas eleições de 2026.
O primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orbán, enfrentou no último domingo (29.jun.2025) a maior ameaça a seu governo desde que assumiu em 2010, com mais de 100 mil pessoas nas ruas protestando durante a parada do orgulho LGBTQIA+.
Orbán, em seu 4º mandato e com um histórico de controle absoluto da Assembleia Nacional, agora vê sua posição ameaçada por uma oposição revitalizada, liderada por Péter Magyar, ex-correligionário do Fidesz.
As próximas eleições parlamentares estão agendadas para abril de 2026, e a aliança governista ainda mantém 135 das 199 cadeiras do Parlamento, desde 2010.
A aliança de oposição, chamada Unidos pela Hungria, formada em 2020, obteve 36% dos votos em 2022, mas se desfez após uma tentativa frustrada de derrotar Orbán.
O recém-destacado partido Tisza, liderado por Magyar, ganhou notoriedade após escândalos políticos, incluindo a renúncia da ex-presidente Katalin Novák em 2024, e já conta com 30% dos votos nas eleições europeias de 2024.
As pesquisas de opinião de junho de 2025 mostram o Tisza com 32% das intenções de voto, contra 25% do Fidesz, com uma ampla vantagem entre eleitores certos de 52% a 34%.
A situação política é considerada mais arriscada para Orbán em comparação a 2022, quando o bloco de oposição se desfez perto do pleito.
Orbán já foi primeiro-ministro de 1998 a 2002 e sua administração atual é a mais longeva da Europa.