Orçamento 2025 tem R$ 50,4 bi para emendas parlamentares e menor poder de controle do governo
Congresso Nacional ganha mais autonomia no Orçamento de 2025 com aumento das emendas impositivas. Apesar da redução no total das emendas, a nova lei fortalece o controle parlamentar sobre os recursos públicos.
A Lei de Diretrizes Orçamentárias (LOA) de 2025 foi aprovada em 20 de outubro, reduzindo o poder do governo federal sobre emendas parlamentares e aumentando o poder do Congresso Nacional.
O total das emendas caiu de R$ 53 bilhões para R$ 50,4 bilhões em valores nominais.
Entretanto, o volume de emendas impositivas cresceu de R$ 26,3 bilhões (49%) para R$ 39 bilhões (77%). Essas emendas são obrigatórias e não podem ser bloqueadas pelo Executivo.
O restante, R$ 11,5 bilhões, ficou para as emendas de comissão, que o governo pode evitar pagar, mas enfrentam críticas pela falta de transparência.
A falta de controle motivou ações do Supremo Tribunal Federal (STF) para investigar o mecanismo, que foi usado pelo Congresso para ampliar sua ingerência sobre o orçamento.
Desde 2020, as emendas movimentaram R$ 150 bilhões: R$ 74 bilhões de emendas individuais, R$ 29,5 bilhões de emendas de bancada e R$ 36,5 bilhões de relator.
As emendas de relator, associadas ao orçamento secreto, foram derrubadas em 2022 e foram substituídas pelo uso ampliado das emendas de comissão.
No segundo semestre de 2024, o ministro Flávio Dino bloqueou pagamentos e requisitou apurações de fraudes, exigindo também maior transparência nas emendas de comissão.
O acordo entre o STF e o Congresso resultou na regulamentação das emendas, mas a resolução de Davi Alcolumbre manteve sigilos sobre os parlamentares.
Embora a nova regulamentação exija a indicação dos autores, ela permite que líderes partidários façam indicações coletivas, criando as "emendas dos líderes".
O PSOL já acionou o STF para contestar esse mecanismo.
Para a aprovação do orçamento, a ministra da Secretaria de Relações Institucionais acordou o pagamento de R$ 6 bilhões em emendas, enquanto o Congresso pressionou para que mesmo as emendas de comissão fossem vinculadas a setores específicos do orçamento.