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Organização que atua com imigrantes critica caso de brasileira deportada em Portugal

Hugo Silvestre e sua família enfrentam um longo processo burocrático em Portugal após a deportação de sua esposa, gerando angústia entre os filhos. A situação levanta preocupações sobre as mudanças nas políticas de imigração do país em um contexto político delicado.

Em 2023, o advogado pernambucano Hugo Silvestre se mudou para Portugal com a família, após receber um convite de trabalho e obter visto no consulado em Genebra.

A família se estabeleceu em Cascais, destacada por suas praias. A Aliança Democrática, coligação de centro-direita, havia prometido mudanças na lei de imigração para priorizar trabalhadores qualificados.

Embora Silvestre se encaixasse nos requisitos, enfrentou um complicado processo burocrático. Sua esposa foi deportada em 20 de setembro, causando grande sofrimento aos filhos, de 6 e 8 anos.

Com especialização em direito tributário internacional e experiência em grandes escritórios nos EUA e Brasil, Hugo tentou obter autorização de residência através da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), mas se deparou com filas longas e problemas no sistema da Agença para a Integração, Migrações e Asilo (Aima).

Após um convite para um atendimento, a família foi informada que seu nome não estava na lista, apesar de confirmação por email. Hugo entrou na Justiça e conseguiu uma liminar para que o pedido fosse respondido rapidamente, mas não obteve resposta.

Durante uma viagem ao Recife em julho, sua esposa foi barrada no aeroporto e ficou incomunicável. Recebeu uma chamada para embarque apenas após passar uma noite no aeroporto.

No dia 21, representantes do Itamaraty e do Ministério dos Negócios Estrangeiros de Portugal se reuniram para discutir a situação da comunidade brasileira e as mudanças nas leis migratórias. Ana Paula Costa, da Casa do Brasil em Lisboa, expressou preocupação sobre possíveis mensagens intencionais nas ações do governo.

Hugo afirmou que o direito não prevaleceu neste caso, que reflete o clima político atual. A família está aclimatada em Portugal e busca contribuir com o país.

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