Os brasileiros que ganham de R$ 4 mil a R$ 46 mil para trabalhar em cruzeiros 'sem folga e férias': 'Comprei apartamento e conheço 72 países'

Neil Costa, 32 anos, natural da Baixada Santista, cresceu vendo navios no Porto de Santos e hoje trabalha em cruzeiros. Após um estágio nos EUA, decidiu buscar uma chance em alto-mar após ver um anúncio de vagas deixado por sua mãe. Em janeiro de 2015, aceitou seu primeiro contrato com a Royal Caribbean, iniciando uma carreira de sucesso.

Hoje, após mais de dez contratos e oito tipos de navios, ele é diretor assistente de cruzeiros, coordenando o entretenimento a bordo. "Conheço 72 países e consegui comprar meu apartamento", destaca.

O trabalho nos cruzeiros é financeiramente atrativo, com salários que variam de US$ 700 a US$ 8 mil (R$ 4 mil a R$ 46 mil). O custo de vida é baixo, pois alimentação e acomodação são gratuitas. Mas os funcionários precisam estar cientes das demandas da rotina, onde nem sempre podem desembarcar.

Luca Alves, 28 anos, mudou de planos para trabalhar como guitarrista em cruzeiros, atraído pelas vantagens financeiras. Hoje, como diretor musical, ganha o dobro do que recebia. Ele deseja juntar R$ 1 milhão para viver de renda.

A vida a bordo traz desafios, como longas jornadas de trabalho sem folgas. Yasmin Stampe, 26 anos, trabalha como guia de excursões, enfrentando dias imprevisíveis e jornadas de até 14 horas. Todos concordam que a vida a bordo é intensa, mas oferece oportunidades de viajar.

O setor de cruzeiros é promissor. Em 2022, 20,4 milhões de pessoas viajaram em cruzeiros, com previsão de 34,7 milhões em 2024. O Brasil se destaca no mercado, injetando R$ 5,2 bilhões na economia e gerando 80.311 empregos.

Para trabalhar a bordo, é necessário ter inglês avançado, ser maior de 18 anos e passar por um processo seletivo que pode durar de um a seis meses, incluindo entrevistas e exames médicos.