Os golpes da 'machosfera' para fazer garotos e homens odiarem as mulheres
O livro de James Bloodworth investiga como jovens meninos são atraídos pela machosfera, onde a misoginia é difundida sob a fachada de autoconhecimento e empoderamento masculino. Com o impacto das redes sociais, essas ideologias se espalham rapidamente, moldando a percepção de masculinidade entre as novas gerações.
James Bloodworth, jornalista britânico, investiga a machosfera em seu livro Lost Boys: A Personal Journey Through the Manosphere.
Ele analisa como o conteúdo misógino se espalha pelas redes sociais, atraindo jovens para comunidades extremistas.
Durante conferências, homens pagam até US$ 10 mil (cerca de R$ 55 mil) para aprender a ser o "homem ideal". O algorítmico da internet expõe rapidamente adolescentes a vídeos cada vez mais agressivos.
Entre as influências está Andrew Tate, autoproclamado misógino, acusado de crimes sexuais e com milhões de seguidores. O conteúdo machista que ele dissemina já começa a ser normalizado.
Bloodworth observa que esses gurus criam um modelo de negócios que explora as inseguranças masculinas, utilizando a regra 80/20 para convencer homens de que apenas 20% são atraentes para as mulheres.
A doutrinação ideológica contra mulheres propaga ideias misóginas, aumentando comportamentos coercitivos e violência em relacionamentos, conforme revelado em uma pesquisa recente no Reino Unido.
Casos de homens em busca de validação e em situações financeiras variadas destacam a amplitude do fenômeno. Desde adolescentes até homens em crise, eles são atraídos pela promessa de um status elevado.
A machosfera é considerada marginal, mas suas ideias estão se infiltrando no mainstream. Estudo revela que 53% dos homens britânicos de 16 a 24 anos acreditam na regra 80/20.
Bloodworth destaca que, mesmo em lares estáveis, a vulnerabilidade à radicação por conteúdo machista é um risco persistente. Importância de educação sobre o assunto é enfatizada para prevenir comportamentos prejudiciais.
No contexto atual, big techs são vistas como responsáveis por disseminar a machosfera nas redes sociais. A volta de conteúdos tóxicos no X (antigo Twitter) reforça esse fenômeno.
A solução para os problemas gerados pela machosfera é complexa, e Bloodworth sugere que as mulheres aprendam a identificar sinais de controle e coercitividade.