Ouro ultrapassa os US$ 3.000 diante de temores sobre crescimento global sob Trump

Ouro atinge recorde histórico de US$ 3.132 por onça troy devido a temores sobre o crescimento global em meio à guerra comercial de Donald Trump.

Desde janeiro, o ouro subiu 14%, tornando-se um dos ativos de melhor desempenho no mundo.

As tarifas de Trump causam preocupações sobre inflação e desaceleração econômica, aumentando a demanda por ouro, um ativo de refúgio seguro.

Expectativas de cortes nas taxas de juros pelo Fed também impulsionam os preços, pois o ouro se beneficia de custos de empréstimos mais baixos.

"Tanto investidores institucionais quanto privados estão recorrendo ao ouro para proteger seus portfólios", afirma Alexander Zumpfe, da Heraeus.

A demanda no mercado físico de ouro está forte, refletindo a importância do metal em crises econômicas.

Desde a eleição de Trump, mais de US$ 70 bilhões em ouro foram transportados para Nova York, embora esse fluxo esteja desacelerando.

Quatro grandes bancos, incluindo Citibank e Goldman Sachs, revisaram suas previsões de preço para cima devido à alta inesperada dos preços do ouro.

O ouro subiu quase dez vezes desde 2000, superando os principais índices de ações, e é descrito como a classe de ativos de melhor desempenho do século 21.

Bancos centrais, especialmente em mercados emergentes, compraram mais de mil toneladas de ouro anualmente nos últimos três anos, diversificando reservas para longe do dólar americano.

John Ciampaglia, CEO da Sprott Asset Management, destaca que os crescentes níveis de dívida governamental e sua pressão sobre economias e orçamentos têm impulsionado o ouro.

Com essa tendência, o analista Michael Haigh prevê que os preços podem chegar a US$ 3.300 por onça troy até o final do ano.