Pacote de resgate deve ajudar exportadores, mas pode pressionar câmbio e Selic, avaliam analistas
Governo visa mitigar os efeitos negativos das tarifas americanas com a criação de uma linha de crédito robusta. No entanto, medidas podem intensificar a fragilidade fiscal e impactar a confiança de investidores.
Lula assina medida provisória para socorrer empresas impactadas pelo tarifaço dos EUA.
No dia 13 de setembro, o governo lançou o plano “Brasil Soberano”, criando uma linha de crédito de R$ 30 bilhões para exportadores nacionais.
Apesar de ser um alívio para pequenos e médios negócios, analistas alertam sobre os efeitos fiscais e o aumento da dívida pública.
Victor Borges, especialista em investimentos, destaca que a dívida pública representa 76% a 77% do PIB e a proposta de mais gastos pode agravar a insustentabilidade fiscal. Já João Ferreira, sócio da One Investimentos, menciona que o financiamento inicial de R$ 30 bilhões é só o começo e que é necessário entender o volume total do pacote e as contas públicas.
Danilo Coelho, economista, acredita que o pacote beneficiará exportadoras, mas ressalta que pode pressionar a taxa Selic e afastar investidores estrangeiros devido ao desequilíbrio fiscal.
A medida provisória “Brasil Soberano” ainda propõe:
- Prorrogação por um ano do prazo para exportar mercadorias com insumos beneficiados pelo “drawback”.
- Adiamento da cobrança de impostos para empresas afetadas pelo tarifaço.
- Crédito tributário para desonerar vendas externas: até 3,1%% para grandes e médias e até 6%% para micro e pequenas.
Após a assinatura, o governo também irá debater medidas de reciprocidade contra produtos dos EUA.
Lula afirmou que não devemos entrar em pânico durante crises, sugerindo que elas podem criar oportunidades.