Pacote de Trump piora trajetória da dívida dos EUA, dizem economistas
Pacote fiscal de Trump é criticado por economistas que alertam sobre o aumento da dívida e do déficit público nos EUA. Medidas como cortes em programas sociais e manutenção de isenções fiscais podem agravar a situação financeira do país.
Pacote fiscal de Donald Trump pode agravar a dívida dos EUA, afirmam economistas.
A Câmara dos Representantes aprovou o pacote em 3 de julho com 218 votos a favor e 214 contra. O projeto mantêm reduções de impostos e cortes em programas sociais como o Medicaid e auxílio alimentação.
O pacote deve adicionar US$ 3,3 trilhões ao déficit público em 10 anos, segundo o CBO. Mesmo sem crescimento econômico, seu efeito nas contas públicas é negativo. O déficit orçamentário de maio chegou a US$ 316 bilhões, totalizando US$ 1,36 trilhão no ano, um aumento de 14% em relação a 2024.
A dívida bruta dos EUA atingiu 120,9% do PIB no 1º trimestre de 2025, totalizando US$ 36,2 trilhões. O endividamento cresceu 5,06 pontos porcentuais em 2 anos.
Fábio Kanczuk, da ASA, aponta que o pacote é irrelevante para o impulso fiscal, mas perpetua o crescimento da dívida. A desvalorização do dólar é um sinal das incertezas fiscais, com 71 moedas se valorizando frente ao dólar em 2023.
O economista indica que o aumento do endividamento pode ser resolvido por inflação ou mudanças fiscais no futuro. A inflação pode transferir renda do povo para o governo, aliviando a dívida.
Kanczuk critica o pacote por ser negativo para a distribuição de renda, afetando diretamente os mais pobres com cortes em assistência social.
Claudio Pires, da MAG Investimentos, observa que o pacote agrava a política fiscal desarrumada dos EUA, pressiona a inflação e dificulta decisões do Fed sobre cortes de juros.
Além disso, tarifas impostas por Trump criam incertezas comerciais, afetando produtividade e levando a aumento de custos.
Agentes financeiros começam a visualizar os EUA como menos seguros, refletindo nas taxas de juros e na percepção de risco do país.