'Pacote é bem-vindo, mas efeito será apena paliativo', avaliam federações industriais da Região Sul
Federações industriais do Sul pedem reavaliação das medidas federais contra tarifas dos EUA. Apesar do pacote emergencial, setor produtivo destaca a necessidade de negociações efetivas para evitar colapso econômico.
FIERGS, FIESC e FIEP concordam que as medidas do governo federal para apoiar exportadores são necessárias, mas insuficientes sem avanço nas negociações com os EUA. Em nota, a Federação do Paraná destaca que as ações emergenciais não resolverão o colapso de indústrias dependentes do mercado americano.
O presidente do Sistema FIEP, Edson Vasconcelos, alerta que indústrias de madeira já sofrem perdas significativas devido a cancelamentos de contratos. Ele enfatiza a importância de medidas técnicas e diplomáticas para reverter a taxação imposta pelos EUA.
Impacto da tarifa: O estado do Paraná, com exportações para os EUA de quase US$ 1,6 bilhão, é severamente afetado. A tarifa de 50% incide sobre 80% dos produtos, particularmente no setor madeireiro, que representa 40% das exportações paranaenses. Cidades dependentes do setor estão sob risco de perda de postos de trabalho.
A Federação de SC considera as medidas como paliativas para atenuar o impacto das tarifas. O presidente do Sistema FIESC, Gilberto Seleme, ressalta a importância da extensão do programa Reintegra e critica discursos inflacionados que prejudicam negociações.
A FIERGS do RS também vê o plano como necessário, mas insuficiente para garantir a sustentabilidade das empresas e empregos. O presidente Claudio Bier destaca a necessidade de um plano mais eficaz para preservar postos de trabalho e intensificar a negociação diplomática.
Medidas anunciadas: A Medida Provisória prevê a liberação de R$ 30 bilhões em crédito, reativação do Reintegra e prorrogação do Drawback. Segundo a FIERGS, o RS é o estado mais impactado pela tarifa de 50%, com 85% das exportações taxadas.