Pacto com Paquistão faz da Arábia Saudita potência nuclear
Pacto entre Arábia Saudita e Paquistão redefine a geopolítica do Oriente Médio e Sul da Ásia. Movimento intensifica rivalidades, especialmente com o Irã e provoca novas dinâmicas de poder na região.
As guerras de Binyamin Netanyahu estão remodelando o Oriente Médio, resultando na Arábia Saudita se tornando a segunda potência nuclear da região, ao lado de Israel.
Na quarta-feira (17), a Arábia Saudita firmou um pacto de defesa mútua com o Paquistão, a única força nuclear do mundo islâmico, que possui cerca de 170 ogivas nucleares. O acordo afirma que qualquer agressão contra um dos países será considerada uma agressão contra ambos.
O pacto permite que a Arábia Saudita evite as restrições do Tratado de Não-Proliferação Nuclear, pois não transfere a posse das armas nucleares. Este é um movimento significativo na geopolítica regional, que até então enfrentava resistência americana à ideia de uma potência nuclear árabe.
O contexto é marcado pelas guerras pós-ataque do Hamas a Israel em 7 de outubro de 2023, que mudaram a dinâmica regional e a segurança saudita.
É um retrocesso para Donald Trump, que buscava fortalecer as relações entre Israel e países árabes. Os Emirados Árabes Unidos, por exemplo, já estão deteriorando suas relações com Tel Aviv.
Enquanto o acesso a armas nucleares aumenta a posição da Arábia Saudita, mesmo assim, as tensões permanecem com o Irã. O Paquistão, ao assinar o pacto, se posiciona em direção a um fortalecimento militar ao redor de Teerã.
A história da relação entre Arábia Saudita e Paquistão é longa, remontando a 1967, com colaboração militar e significativos investimentos sauditas em economia paquistanesa, incluindo um empréstimo de US$ 3 bilhões no último ano.
Atualmente, Israel é a única potência nuclear reconhecida no Oriente Médio, enquanto a relação entre Paquistão e Índia ainda é tensa, refletindo um equilíbrio de poder regional complicado. A situação também impacta na relação da Índia com os EUA e China.