Pagamento de CDBs do Banco Master depende da venda de ativos, dizem analistas

Banco Master enfrenta desafios financeiros

O Banco Master precisa honrar R$ 5,356 bilhões em CDBs até o fim do ano, mas corre o risco de vender a maior parte de seus ativos para fazê-lo, segundo analistas.

Até o final de 2024, o banco tem R$ 16 bilhões em vencimentos e conta com R$ 7,6 bilhões em pagamentos de empréstimos, além de R$ 6,1 bilhões em títulos que precisam ser vendidos. O fluxo de recursos é considerado incerto.

O Gerente de Análise da Austin Rating, Luis Miguel Santacreu, destaca que o banco possui poucos títulos públicos e alta exposição a FIDCs e fundos multimercado, o que pode afetar a liquidez.

Os dados de 2024 indicam menos de R$ 200 milhões em títulos do Tesouro e um total de R$ 3 bilhões em FIDCs. A auditoria da KPMG levantou preocupações sobre a mensuração dos ativos, revelando um nível maior de incerteza.

Um caminho alternativo para cobrir os compromissos é a captação adicional de recursos através de novos CDBs e CDIs. Neste ano, o banco está oferecendo taxas abaixo das habituais, mas ainda consideradas atrativas.

Entretanto, a captação excessiva, especialmente de clientes arriscados, pode levar o banco a aumentar seu capital para atender às regulamentações do Banco Central.

O Índice de Basileia do Master está em 11,51%, acima do mínimo de 10,5%, mas ainda abaixo de outros bancos, colocando em risco sua solvência caso a situação se agrave.

Recentemente, o banco vendeu parte de sua carteira de crédito consignado e está em negociação para a venda de R$ 8,7 bilhões em precatórios, com o BTG Pactual cotado para a operação.

O Banco de Brasília (BRB) anunciou a compra de 58% das ações do Master, estimada em R$ 2 bilhões, mas depende de aprovação regulatória e está sob investigação do Ministério Público do DF.

O Banco Master garante ter ativos suficientes para cobrir seus passivos de curto, médio e longo prazos, mesmo sem novas captações.