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Países devem agir em escala regional, diz historiador indiano

Dipesh Chakrabarty defende que a saída dos EUA da convenção climática da ONU torna a adoção de soluções regionais mais urgente. Em sua visão, a abordagem centrada nos interesses nacionais compromete o progresso na luta contra a crise climática.

Dipesh Chakrabarty, historiador indiano e professor da Universidade de Chicago, comenta sobre os desafios climáticos em entrevista recente.

Ele discute a saída dos EUA da Convenção do Clima da ONU e seu impacto negativo nas negociações climáticas, especialmente após o Acordo de Paris.

Chakrabarty defende que soluções regionais são necessárias, citando a Amazônia e o Himalaia como áreas críticas.

Sobre a abordagem global centrada nos humanos, ele afirma que o IPCC possui um calendário planetário que as nações frequentemente ignoram em favor de seus interesses pessoais.

Com a retirada dos EUA, o foco das reuniões (COP) poderá se desviar de soluções eficazes para soluções que priorizem tecnologia e geoengenharia, perdendo o foco na verdadeira questão planetária.

Ele destaca que modelos de desenvolvimento ancorados no crescimento do PIB e a falta de consideração pelos recursos naturais têm contribuído para o fracasso das COPs.

Chakrabarty vê a biodiversidade como crucial não apenas do ponto de vista moral, mas como uma questão de sobrevivência, enfatizando a necessidade urgentemente de legislações e práticas que assegurem sua preservação.

A ineficácia do sistema da ONU na implementação do Acordo de Paris é mencionada, sugerindo que uma abordagem regional e multilaterais entre nações seria mais eficiente.

Ele propõe que sobre a gestão das geleiras do Himalaia e da floresta amazônica, tratados regionais devem ser instituídos, embora sua eficácia dependa de colaboração mútua entre países envolvidos.

Na COP30, ele sugere que o Brasil pode oferecer uma nova perspectiva, inspirando-se no trabalho do antropólogo Eduardo Viveiros de Castro sobre a visão indígena do mundo, que explora maneiras alternativas de viver e interagir com a natureza.

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