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Países do Brics têm potencial para liderar reindustrialização verde, diz estudo

Brics pode se tornar líder em reindustrialização verde, segundo estudo. Investimentos conjuntos em tecnologias sustentáveis oferecem oportunidades econômicas e de autonomia tecnológica para os países do bloco.

Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, fundadores do grupo Brics, têm potencial para liderar um processo de reindustrialização verde, segundo estudo da Zero Carbon Analytics, encomendado pelo Instituto ClimaInfo.

O relatório “Potencial da Indústria Verde nos Brics” destaca que esses países podem ganhar economicamente e geopoliticamente ao investir na industrialização verde, aumentando a autonomia tecnológica e reduzindo a dependência de suprimentos. No entanto, falta união nas iniciativas de industrialização e transição energética.

A autora do estudo, Renata Albuquerque Ribeiro, enfatiza que o Brics detém reservas significativas de minerais essenciais, como grafite, níquel e manganês. Além disso, Brasil e Índia se destacam no setor de combustíveis sustentáveis para aviação.

  • Brasil: três projetos para produzir 1,1 bilhão de litros de Combustível Sustentável de Avião (SAF) por ano a partir de 2027, com investimento de US$ 1 bilhão da chinesa Envision Energy.
  • Índia: produção de até 10 bilhões de toneladas de SAF por ano até 2040, com investimentos de US$ 70 a US$ 85 bilhões.

A indústria de veículos elétricos também apresenta oportunidades para os Brics. A China respondeu por 70% da produção global em 2024, e as importações brasileiras aumentaram 108%. A montadora BYD iniciou a construção de uma fábrica na Bahia.

O Novo Banco de Desenvolvimento (NDB) é visto como um catalisador crucial na reindustrialização verde, tendo destinado US$ 5,2 bilhões a projetos de financiamento climático entre 2015 e 2021. Para o ciclo 2022-2026, o NDB planeja aplicar US$ 30 bilhões em infraestrutura e sustentabilidade, com 40% para energias renováveis.

O estudo alerta sobre impactos das tarifas comerciais dos EUA, como a tarifa de 50% sobre aço e alumínio, que pode custar ao Brasil até US$ 1,5 bilhão em exportações. Sobretaxas sobre produtos chineses, como painéis solares, podem chegar a 82% até 2026, acelerando a reorientação comercial da China em direção aos parceiros do Brics.

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