Palácio do Planalto desautoriza líder do PT no Senado e mantém posição contra CPMI do INSS
Governo teme que CPMI atrapalhe investigações da Polícia Federal sobre descontos indevidos no INSS e cause desgaste político. Líder do PT no Senado demonstra disposição para assinar o pedido de abertura, apesar da resistência do Planalto.
Palácio do Planalto se opõe à instalação de uma Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) para investigar os descontos indevidos nas aposentadorias do INSS.
Nesta quinta-feira, o líder do PT no Senado, Rogério Carvalho (SE), declarou que poderia assinar o pedido para a CPMI. No entanto, auxiliares do presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmam que essa posição não foi discutida com o governo.
O Palácio argumenta que a CPMI pode comprometer investigações da Polícia Federal e da Controladoria Geral da União (CGU), já que a comissão teria o poder de quebrar sigilos e revelar informações antes do tempo adequado.
Além disso, há preocupações com o desgaste político que a CPMI poderia causar ao governo, dada a cobertura intensa da imprensa.
Carvalho reafirmou que o partido “vai assinar a CPI e investigar todos os fatos”. O líder do governo, Jaques Wagner (PT-BA), ressaltou que as investigações poderiam expor irregularidades do governo Bolsonaro.
Wagner também comentou que não assina a CPI, acreditando na atuação da Polícia Federal, mas não descartou essa possibilidade futuramente.
Apesar da resistência, o Planalto já possui um plano para, se a CPMI for inevitável, colocar aliados em posições-chave, como a relatoria.