Papel na mão de Alckmin diz que Tarcísio 'pode e deve' defender SP de sobretaxa de Trump; veja foto
Alckmin destaca a importância da defesa das empresas e do agronegócio paulista em reunião com empresários, enquanto o governador Tarcísio de Freitas enfrenta críticas por sua posição sobre a sobretaxa dos EUA. O vice-presidente omite menções ao governador durante o encontro e a coletiva de imprensa subsequente.
Vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) recebeu anotações para reunião com empresários sobre sobretaxa comercial dos EUA.
O material sugere que o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), "pode e deve" atuar em defesa das empresas e do agronegócio do estado.
Após o encontro, Alckmin não citou Tarcísio em entrevista e não mencionou o governador em conversa reservada. As anotações serviram como guia para debate, podendo ser utilizadas ou não pelo vice-presidente.
Uma das anotações afirma: "Nós, do governo federal, sabemos diferenciar ideologia de ações práticas" e outro trecho destaca: "Não queremos apagar incêndios simplesmente, mas sim construir um caminho de prosperidade".
Alckmin, via assessoria, declarou que as anotações não eram de sua autoria e que não as utilizou. O documento também incluía referências à Lei de Reciprocidade e a Jamieson Greer, negociador comercial de Donald Trump.
Tarcísio tem enfrentado críticas do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) por sua defesa de uma saída negociada para a sobretaxa, que impacta principalmente São Paulo.
Na reunião, Alckmin abordou a separação entre ações judiciais e defesa das empresas: "Quem quer politizar essa situação... é inimigo do Brasil".
A reunião faz parte das iniciativas do governo para discutir estratégias contra a sobretaxa de 10% imposta por Trump, que aumentará para 50% em agosto. Produtos como etanol terão uma nova tarifa que pode elevar o custo em até 52,5%.
Participantes: Alckmin, ministros e pelo menos 30 representantes do setor produtivo, incluindo líderes de diversas indústrias.