Para desacelerar economia e tentar conter inflação, BC deve subir taxa de juros ao maior nível em quase 20 anos
Copom se prepara para elevar a Selic a 14,25% para conter inflação em alta, atingindo o maior nível em quase 20 anos. A medida é uma resposta às pressões inflacionárias em um cenário de economia aquecida e pode impactar negativamente o crescimento econômico.
Reunião do Copom do Banco Central nesta quarta-feira (18)
O Comitê de Política Monetária (Copom) deve elevar a taxa básica de juros de 13,25% para 14,25% ao ano.
Essa seria a maior taxa desde agosto de 2006, marcada pelo aumento consecutivo pelo quinto mês. Os juros básicos já são os maiores do mundo.
Cenário econômico
A nova alta visa conter a inflação, que somou 1,31% em fevereiro, o maior índice desde março de 2022. No acumulado, a inflação chega a 5,06%.
Diretoria do BC
Esta é a segunda reunião sob a presidência de Gabriel Galípolo, indicado por Luiz Inácio Lula da Silva. A maioria dos diretores também é nova no colegiado, refletindo as mudanças desde a aprovação da autonomia operacional do BC.
Desaceleração necessária
O BC avalia que uma desaceleração econômica é essencial para controlar a inflação, como indicado por Diogo Guillen, diretor de Política Econômica.
Porém, a estratégia de aumento dos juros é criticada por alguns membros do governo, como o ministro do Trabalho, Luiz Marinho.
Consequências da alta nos juros
- Juros bancários: Aumento da taxa média cobrada aos clientes.
- Crescimento econômico: Contenção do consumo e dificuldade nos investimentos produtivos.
- Contas públicas: Aumento das despesas com a dívida pública, que chegou a R$ 950 bilhões em 2022.
- Aplicações financeiras: Renda fixa tende a oferecer rendimento melhor, desestimulando o mercado acionário.