Para especialistas, pacote contra tarifaço pode pressionar câmbio e elevar juros
Medidas fiscais do governo enfrentam críticas de analistas e preocupações sobre os impactos no câmbio e nos juros. O pacote pode aumentar a volatilidade do mercado e pressionar ainda mais as contas públicas brasileiras.
Pacote de medidas anunciado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva para empresas afetadas pela sobretaxa de 50% dos EUA pode agravar o quadro fiscal do Brasil.
Analistas alertam que isso afetará o câmbio e os juros futuros.
No dia do anúncio, o dólar comercial subiu 0,27%, fechando a R$ 5,40, e o Ibovespa caiu 0,89%, ficando em 136.687 pontos.
Os juros futuros tiveram leve queda, mas permanecem voláteis.
Eduardo Grübler, da AMW Investimentos, aponta que o pacote indica um comprometimento do governo com mais gastos, o que gera cautela no mercado.
Bruno Shahini, da Nomad, afirma que o pacote está “cercado de dúvidas sobre seu formato e efeitos fiscais”, e que a fragilidade das contas públicas deixa o dólar vulnerável a influências externas e à confiança na economia brasileira.
O dólar também recuou contra outras moedas desenvolvidas, influenciado pela expectativa de cortes de juros nos EUA e pela nova indicação de Trump para o Fed.
O índice DXY caiu 0,30% para 97,80 pontos.
No cenário interno, se a percepção fiscal continuar a deteriorar, o pacote pode pressionar novamente o dólar e os juros futuros.
Enrico Gazola, da Nero Consultoria, alerta que as compras públicas devem ser bem geridas para evitar desperdícios e distorções de preços.
Ele destaca a falta de clareza na precificação do risco e na duração das intervenções, afirmando que a responsabilidade fiscal é crucial para manter juros baixos, câmbio estável e confiança dos investidores.