Para Franco, ex-BC, diálogo com EUA importa mais do que Plano Brasil Soberano
Gustavo Franco ressalta a importância de fortalecer as relações com os EUA, em contraposição ao recém-anunciado Plano Brasil Soberano. Ele alerta sobre os riscos de medidas temporárias se tornarem permanentes e critica a falta de articulação política entre os países.
Gustavo Franco, ex-presidente do Banco Central do Brasil, declarou que abrir diálogo com os EUA é mais crucial do que o Plano Brasil Soberano. Sua opinião foi compartilhada durante o RPE Summit, em São Paulo, nesta quinta-feira (14).
O governo federal anunciou, no dia anterior, um plano para compensar os efeitos da tarifa de 50% imposta por Donald Trump sobre produtos brasileiros. Este plano inclui:
- Ampliação do Reintegra, beneficiando médias e grandes empresas;
- Prorrogação do regime de drawback por mais um ano;
- Linhas de crédito com juros reduzidos via Banco do Brasil e BNDES.
Franco alertou para o risco do plano se tornar permanente, como ocorreu com o auxílio emergencial durante a pandemia. Ele criticou a falta de comunicação direta entre os governos: “Não é possível que o ministro da Fazenda do Brasil não possa ligar para o ministro da Fazenda dos EUA”.
Sobre o BRICS, Franco afirmou que o Brasil tem um papel “muito pequeno e pouco relevante”, destacando a falta de unidade no grupo em comparação com a União Europeia.