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Para os ucranianos da Crimeia, proposta de Trump de entregar o território para a Rússia é impensável

Moradores da Crimeia que fugiram da ocupação russa enfrentam um dilema emocional enquanto a proposta de Trump de entregar a península à Rússia ganha apoio. A situação provoca apreensão sobre a integridade territorial da Ucrânia e os direitos dos tártaros da Crimeia, que temem a erasure de sua identidade cultural.

A professora Valentina Potapova, 62, da Crimeia, viveu 7 meses sob a ocupação russa antes de fugir para Kiev em 2014. Desde então, aguarda o retorno à sua terra natal, condenando a anexação ilegal de Moscou.

Em abril, o presidente Donald Trump declarou que "a Crimeia ficará com a Rússia", surpreendendo antigos moradores que não imaginam desistir da península.

A Ucrânia e a Rússia falharam em retomar negociações de paz, com a Rússia exigindo 20% do território ucraniano como condição para um cessar-fogo. Trump agora endossa esta demanda, ao contrário da sua postura anterior.

A Crimeia possui importância estratégica e histórica, e sua anexação pela Rússia em 2014 elevou tensões que persistem. A região, com saída para o Mar Negro, é crucial para o escoamento agrícola da Ucrânia.

O impacto da ocupação russa inclui violações de direitos humanos e uma estrutura de “russificação” que ameaça a cultura do povo tártaro da Crimeia, que já foi majoritário na região.

Com depoimentos de pessoas como Alim Aliev, que perdeu sua terra em 1944, e Tamila Tasheva, a luta pela preservação da identidade tártara persiste, mesmo após a diminuição drástica da população local.

Valentina Potapova recorda como a ocupação começou, ajudando alunos a fugir da Crimeia. Ela perdeu contato com familiares, incluindo o irmão, que mudou de postura política ao longo do tempo.

Quando questionada sobre entregar a Crimeia à Rússia, Valentina afirma: "A Rússia roubou um pedaço de mim, e deve ser punida por isso."

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