Parceiros comerciais dos EUA avaliam medidas de retaliação às tarifas de 25% sobre carros

Países asiáticos, europeus e norte-americanos alertaram Donald Trump sobre possíveis retaliações às novas tarifas de 25% sobre carros, anunciadas em 26 de abril, que podem resultar em uma guerra comercial global.

O primeiro-ministro do Japão, Shigeru Ishiba, afirmou que todas as opções estão sendo consideradas, enquanto a Coreia do Sul promete uma resposta de emergência. As tarifas entrarão em vigor em 2 de abril, com Washington planejando tarifas recíprocas.

Essas medidas impactam montadoras como Toyota, Stellantis e Porsche, sendo a política mais agressiva de Trump até agora. Ishiba ressaltou a importância de decidir pela melhor opção para o Japão.

O Japão, maior exportador de veículos acabados para os EUA, com US$ 40 bilhões em vendas em 2024, está sob pressão. A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, planeja proteger os interesses econômicos do bloco, enquanto o ministro das finanças francês, Eric Lombard, critica a postura agressiva dos EUA.

Pela sua vez, a chanceler do Reino Unido, Rachel Reeves, afirmou que não há planos de retaliação. O primeiro-ministro canadense, Mark Carney, descreveu a situação como "um ataque direto" aos trabalhadores do setor automotivo.

Trump, por outro lado, não demonstra intenção de recuar e, em sua rede social, declarou que a América não será mais explorada. As ações de várias montadoras caíram, evidenciando a preocupação do setor.

Analistas indicam que a imposição de tarifas pode ter efeitos devastadores, uma vez que quase metade dos veículos vendidos nos EUA são importados, e muitos contêm peças estrangeiras.

Trump acredita que as tarifas incentivarão as empresas a fabricar mais nos EUA, o que pode prejudicar não apenas as montadoras globais, mas também a manufatura doméstica.