Parcela de pretos, pardos e indígenas em cargo de liderança na gestão federal chega a 39%
Crescimento contínuo de lideranças pretas, pardas e indígenas no governo federal evidencia avanços na diversidade, mas ainda há desafios a serem enfrentados. O levantamento destaca a disparidade entre gêneros e a permanência da maioria branca em cargos de alto escalão.
A participação de homens e mulheres pretos, pardos e indígenas em cargos de liderança no governo federal cresceu de 20% em 1999 para 39% em 2023.
Este aumento foi observado em todos os governos desde Fernando Henrique Cardoso até Luiz Inácio Lula da Silva, com marcos significativos:
- 25% no fim do primeiro mandato de Lula;
- 29% no primeiro mandato de Dilma;
- 38% no governo Bolsonaro.
No alto escalão, brancos e amarelos representam 72% dos líderes, enquanto pretos, pardos e indígenas formam 28%.
Os dados são do levantamento Lideranças Negras no Estado Brasileiro, realizado pelo Afro-Cebrap e apoiado pela Fundação Lemann.
Embora os dados por cor não tenham sido detalhados, o Censo de 2022 revelou que os pardos representam 45,3% da população, com aumento também no número de pretos e indígenas.
O estudo também destaca que a declaração de cor em cargos de liderança subiu de 8% para 0% nos últimos anos.
Entre as chefias, mulheres pretas, pardas e indígenas somam apenas 15%, enquanto homens brancos e amarelos dominam com 35%.
Instituições como o Ministério de Relações Exteriores e Fazenda têm 51% e 50% de chefias ocupadas por homens brancos e amarelos, enquanto a diversidade nas pastas sociais é maior, como no Ministério dos Povos Indígenas.
Flavia Rios, do Afro-Cebrap, aponta que o aumento pode ser atribuído às assessorias de participação social e diversidade.
Alessandra Benedito, da Fundação Lemann, ressalta que, apesar do progresso, a equidade racial e de gênero no Brasil ainda requer esforços significativos.