Parlamento confirma Merz como premiê da Alemanha, após fiasco na primeira votação
Friedrich Merz é escolhido primeiro-ministro em nova votação após fracasso histórico. A eleição revela a instabilidade da coalizão conservadora e a crescente desconfiança nas instituições políticas na Alemanha.
Friedrich Merz, líder conservador, foi eleito primeiro-ministro da Alemanha nesta terça-feira (6) após uma segunda votação. Isso ocorreu após uma derrota histórica na primeira tentativa.
A primeira votação, realizada pela manhã, resultou em 310 votos para Merz, 6 a menos do que o necessário para a maioria simples, apesar de sua coalizão ter 328 parlamentares.
Esse resultado evidenciou a fragilidade do acordo entre a CDU/CSU, de Merz, e o SPD, partido do atual primeiro-ministro Olaf Scholz. Embora não tenha sido um revés fatal, o fracasso representa um constrangimento para quem prometeu restaurar a liderança da Alemanha.
Após a votação, políticos discutiram intensamente a situação. "Toda a Europa, talvez o mundo inteiro esteja acompanhando esta eleição," afirmou Jens Spahn, líder da CDU no Parlamento.
A conjuntura política europeia foi destacada, com Merz, de 69 anos, sendo o vencedor das eleições legislativas de 23 de fevereiro. A aliança esperava reativar o crescimento econômico da Alemanha e aumentar os gastos com defesa em um contexto de desconfiança dos EUA em relação à Otan.
Jana Puglierin, do Conselho Europeu de Relações Exteriores, lamentou: "Essa esperança foi frustrada, com consequências muito além das nossas fronteiras."
Após o resultado, Merz, visivelmente chocado, conversou com colegas. Membros de seu partido afirmaram que ele conseguiria a maioria, apesar de discordâncias sobre o gabinete e um pacote de empréstimos aprovado pelo Parlamento anterior.
A única vencedora do episódio foi a extremista AfD, que ficou em segundo lugar em fevereiro e lidera algumas pesquisas. Manfred Guellner, do Instituto Forsa, alertou: "A confiança nas instituições políticas está ainda mais prejudicada."