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Partido de extrema direita quer nos fechar, diz diretor de memorial de campo de concentração

Aumento de provocadores neonazistas no memorial de Buchenwald levanta preocupações sobre a segurança e a educação histórica. Diretores e funcionários enfrentam ameaças enquanto tentam preservar a memória das vítimas do Holocausto.

Três homens foram vistos com tatuagens nazistas no campo de concentração de Buchenwald, Alemanha. O diretor do memorial, Jens-Christian Wagner, lamentou a dificuldade de agir legalmente, pois as tatuagens não eram símbolos nazistas evidentes.

Casos de apologia ao nazismo são frequentes no local. No ano passado, três jovens foram detidos por desenhar suásticas. Há algumas semanas, homens fizeram comentários irônicos sobre gasear pessoas, resultando na proibição de sua entrada.

Buchenwald, entre 1937 e 1945, abrigou 278 mil prisioneiros, com ao menos 56 mil mortes até 1945. O memorial atua para preservar a memória das tragédias do nazismo, mas enfrenta desafios educativos e episódios de apologia ao regime.

Um aumento de 40% em crimes políticos foi registrado na Alemanha, com a extrema direita sendo responsável por metade das ocorrências. As pesquisas indicam um crescimento de 77% em casos de antissemitismo em 2024.

A extrema direita, representada pelo partido AfD, faz declarações que relativizam o passado nazista e tenta fechar o memorial. O clima hostil tem gerado mais provocações entre os visitantes, com o número de ataques mais que dobrando nos últimos anos.

O diretor Wagner alertou sobre a necessidade de uma abordagem educativa mais profunda, pois a interação com visitantes problemáticos tem se tornado comum. Muitos jovens rebatem questões históricas, e os guias precisam estar preparados para isso.

Recentemente, placas do memorial foram roubadas, possivelmente por grupos neonazistas. Apesar das ameaças recebidas, Wagner não teme seu trabalho e deseja aumentar a segurança do local.

O memorial, que retrata horrores do Holocausto e a hipocrisia da história alemã, espera que as visitas sejam mais do que experiências superficiais. Wagner defende que é fundamental ensinar a história em profundidade para evitar a repetição dos erros do passado.

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