Passagem de presidência do Mercosul, de Milei para Lula, marca distância entre os dois
Visita de Lula a Buenos Aires revela tensões entre Brasil e Argentina, com divergências em temas como Mercosul e políticas internacionais. A expectativa é de um encontro breve entre os líderes, sem diálogo formal devido a desavenças históricas.
Visita de Lula a Buenos Aires marca a primeira participação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na cúpula do Mercosul sob o governo de Javier Milei nesta quinta-feira (3).
A visita destaca diferências entre os dois líderes, com Milei criticando Lula durante sua campanha e o brasileiro não comparecendo à posse do argentino.
O governo da Argentina planejou um evento breve, sem encontros bilaterais entre os presidentes, focando em reuniões com ministros de Fazenda e presidentes de bancos centrais.
Milei propõe a ampliação da lista de exceções à TEC (Tarifa Externa Comum), medida que o Brasil contesta. Desde que assumiu, ele manifestou insatisfação em permanecer no Mercosul, buscando um acordo comercial com os EUA.
Durante o Fórum Econômico Mundial em janeiro, Milei declarou que consideraria sair do Mercosul para um pacto com Washington, criticando o bloco como uma "prisão" para os países-membros.
Desentendimentos entre Lula e Milei também ocorrem nas abordagens a mudanças climáticas e no posicionamento sobre conflitos internacionais, como a situação do Oriente Médio.
A visita de Lula ocorre em meio a questões internas da Argentina, incluindo a prisão domiciliar da ex-presidente Cristina Kirchner, que solicitou autorização judicial para que Lula a visite durante sua estadia.
A Justiça ainda não se pronunciou sobre o pedido de autorização.