PCAR3: ação desaba após balanço; alavancagem limita entusiasmo com melhora do Ebitda
Apesar do crescimento nas vendas e avanço na margem Ebitda, as ações do Grupo Pão de Açúcar enfrentam queda significativa na Bolsa. A alavancagem financeira crescente e a pressão sobre os resultados operacionais geram cautela entre os investidores.
Grupo Pão de Açúcar (PCAR3) apresentou resultados do segundo trimestre (2T25) considerados positivos pelo mercado, com a margem Ebitda subindo 20 pontos-base para 9,0% na comparação anual.
Entretanto, a reação do mercado foi negativa. No fechamento de 5 de setembro, as ações estavam a R$ 3,50 e, na manhã de 6 de setembro, recuaram 7,10%, cotadas a R$ 3,13.
Embora o desempenho operacional tenha crescido 6,5% nas vendas em mesmas lojas, a cautela dos investidores foi impulsionada por uma alavancagem crescente e perda de fôlego em algumas operações. A receita líquida teve um avanço de 4%, mas o crescimento ajustado das vendas em mesmas lojas ficou em 5,1%.
A margem bruta caiu para 27,4%, com impacto da concorrência e menor demanda, mas foi atenuada pela redução de 16,5% nas despesas gerais. A indenização tributária de R$ 100 milhões também beneficiou o resultado.
Embora o Itaú BBA reconheça avanços na participação de mercado e execução de reestruturação, o prejuízo líquido foi de R$ 171 milhões e a dívida continua a ser um obstáculo.
A Genial Investimentos destaca a fragilidade nas margens e a interrupção da meta de abrir 300 lojas até 2026. A empresa já inaugurou 213 unidades e deve cortar custos e investimentos no segundo semestre.
O Morgan Stanley considerou o crescimento de 6,8% nas vendas em mesmas lojas no Brasil positivo, mas ressaltou a retração no canal B2B. A alavancagem da empresa subiu de 2,9x para 3,1x em três meses, gerando preocupações sobre o endividamento.
Analistas sugerem uma reformulação na joint venture FIC com o Itaú como uma possível solução. Uma reorganização pode ser um gatilho relevante no curto ou médio prazo.