PEC da Blindagem inibe aplicação da lei a parlamentares, diz professor de Direito
A PEC da Blindagem é criticada por especialistas que veem nela uma tentativa de proteger parlamentares de processos jurídicos. Oscar Vilhena destaca os riscos de criar uma casta imune a controles legais e políticos.
A PEC da Blindagem, aprovada pela Câmara na terça-feira (16), visa inibir a aplicação da lei a parlamentares, segundo Oscar Vilhena, diretor da Escola de Direito de São Paulo da FGV.
Vilhena afirma que o Congresso busca criar uma casta imune a limitações jurídicas e políticas, inibindo a responsabilidade por crimes cometidos.
A proposta exige que o Supremo Tribunal Federal (STF) obtenha aprovação do Congresso para processar criminalmente um parlamentar. Vilhena alerta que isso se insere em um contexto de medidas que afrouxam o controle sobre deputados e senadores.
O professor destaca um aumento nos fundos partidários e emendas parlamentares, que conferem mais autonomia aos partidos em relação à sociedade.
Sobre o tema de anistia, Vilhena considera inconstitucional e acredita que o Congresso deva se focar na redução de penas para os envolvidos nos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023.
Embora a redução de penas seja uma política criminal viável, Vilhena observa que tem uma intenção política de favorecer o ex-presidente Jair Bolsonaro, condenado a 27 anos e 3 meses de prisão.
Ele acredita que bolsonaristas no Congresso podem negociar a redução de penas, mas isso não mudaria o status da condenação de Bolsonaro.