Peixe BR: tarifa de 50% dos EUA atinge diretamente setor; é preciso voltar ao diálogo
Estados Unidos impõem tarifas de 50% sobre produtos brasileiros de tilápia e cacau, impactando fortemente a exportação. Associações do setor pedem ações diplomáticas urgentes para mitigar os danos econômicos e garantir a continuidade dos negócios.
Tarifas dos EUA afetam setores da piscicultura e cacau no Brasil
A Associação Brasileira da Piscicultura (Peixe BR) informou que a decisão dos Estados Unidos de aplicar uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros impacta fortemente a produção de peixes, especialmente a tilapicultura.
Em 2024, o mercado norte-americano responde por 89% das exportações brasileiras de piscicultura, totalizando US$ 52,2 milhões. A tilápia é a espécie mais exportada, seguida pelo tambaqui.
A Peixe BR enfatizou que é essencial que o governo federal busque diálogo com os EUA para restaurar a relação comercial.
Indústria de Cacau também enfrenta desafios
A Associação Nacional das Indústrias Processadoras de Cacau (AIPC) alertou que a tarifa de 50% sobre produtos de cacau pode prejudicar a competitividade das exportações brasileiras.
- Entre 2020 e 2024, as exportações de derivados de cacau para os EUA representaram 18% do total, alcançando US$ 72,7 milhões em 2024.
- No primeiro semestre de 2025, as exportações já totalizavam US$ 64,8 milhões.
A tarifa chega em um momento delicado para o setor, que se recupera de quebras de safras e enfrenta altos preços. A AIPC destaca que muitas regiões dependem da exportação para manter empregos.
Além disso, os riscos comerciais incluem a possível desestabilização do regime de Drawback, afetando a isenção de tributos. A presidente da AIPC, Anna Paula Losi, chamou a atenção para os riscos econômicos, jurídicos e logísticos implicados por essa tarifa.
A AIPC defende uma resposta coordenada entre os governos do Brasil e dos EUA para mitigar os impactos e garantir a estabilidade das exportações, reafirmando seu compromisso com o desenvolvimento sustentável do setor.