Pepe Mujica: o ex-presidente que legalizou o aborto, o casamento LGBTQIA+ e a maconha no Uruguai
Pepe Mujica, que governou o Uruguai entre 2010 e 2015, deixou um legado marcante como defensor de políticas sociais progressistas. Seu trabalho histórico incluiu a legalização do casamento homoafetivo, do aborto e da maconha, transformando o país em um exemplo na América Latina.
Morreu nesta terça-feira, 13, o ex-presidente do Uruguai, Pepe Mujica, aos 89 anos.
Conhecido por sua trajetória como guerrilheiro e por sua postura humilde enquanto presidente, Mujica lutou contra a ditadura militar uruguaia e enfrentava um câncer no esôfago.
Durante seu governo (2010-2015), o Uruguai adotou uma agenda progressista, com conquistas como a legalização do casamento homoafetivo e do aborto.
- Casamento homoafetivo: A lei foi aprovada em abril de 2013, tornando o Uruguai o segundo país da América Latina a legalizar essa união. Mujica apoiou a medida, defendendo que não legalizá-la era "torturar as pessoas desnecessariamente".
- Legalização do aborto: Em outubro de 2012, o Uruguai descriminalizou o aborto até a 12ª semana de gestação, permitindo acesso em hospitais públicos. Mujica acreditava que a legalização garantiria a autonomia das mulheres sobre seus corpos.
- Legalização da maconha: Implementada em 2013 para combater o narcotráfico. Mujica via a medida como uma "ferramenta de combate ao crime", enfatizando o controle estatal ao invés da promoção do uso recreativo.
Críticas: As reformas de Mujica enfrentaram oposição de setores conservadores e da Igreja Católica. No entanto, ele acreditava que sua agenda era crucial para a igualdade e justiça social.
Mujica consolidou o Uruguai como referência internacional em políticas sociais inovadoras, mantendo-se firme em seus princípios, apesar das críticas.
Leia mais em
exame